quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Acertos

Estava nevoeiro e pouco se vislumbrava no horizonte. Ainda assim algo captava a atenção de Sofia. Talvez falsamente, mas Sofia esforçava-se por olhar na linha que separava o céu do mar. Não queria olhar para nenhum outro lado, não porque a linha desvanecida fosse do mais belo que tivera visto, mas simplesmente porque não queria olhar em seu redor.
Estranha esta forma de se estar. Alienar-se de estar para não estar! "Quantas terão sido as vezes em que se obrigava a fazer esta descolagem do seu corpo para não sentir?" - pensou Sofia.
Sofia, mulher morena de curvas sinuosas, estava cansada de viver. Não que tivesse vivido muito, contava ainda com pouco mais de trinta primaveras, mas parecia-lhe que a vida tivera perdido o interesse. Atenta em fingir que nada se passava em seu redor, assim ficava alheada de uma prisão a que o seu corpo, a que os olhos alheios impunham. No entanto, ela, mais que ninguém, sabia que estava mais presa do que qualquer outra pessoa. Aquela fuga não era mais do que uma forma de se enganar a si própria com a agravante que nesta altura já nem a farsa servia a si própria. Sofia não estava cansada de viver, pelo contrário, adorava viver e usufruir do melhor que ela tem, mas a sua vida tinha-se revelado desinteressante aos seus próprios olhos, vazia, inócua! 
Há muito que Sofia tinha perdido o norte. Esforçava-se por ser transitoriamente feliz. 

Parasita

Acordar a meio da noite. Acordar ainda o sol não se levantou. Acordar pela manhã!
Sem sono, sem vontade, sem nada. Apenas como um parasita que habita corpo e o força a realizar as suas necessidades mais básicas, Um parasita que habita este corpo e é difícil lutar contra ele!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cansaço

O cansaço toma conta de mim. Nesta alturas quando chego a casa, abro uma cerveja, coloco algo a tocar, danço e fumo um cigarro... No fim... Sento-me no cadeirão e meto uma música bem triste. Quando acaba, ali fico quieta, no silêncio, onde a única coia que se ouve é atropelamento dos meus pensamentos na minha mente e o ronronar do meu gato. E penso: gostava que passassem os dedos pelas mechas do meu cabelo, as mãos pelo meu rosto e de adormecer encaixada noutro corpo.
E só aqui percebo o quanto estou sozinha... E quase nunca me permito sentir isso. Apenas porque dói.

Um pequeno espaço para fazer a minha terapia!


Bem-vindos a este pequeno espaço de desabafos orgiásticos e afins... se o encontrarem é claro!